Perfumarias: representantes do varejo falam sobre a crise
Cesar Tsukuda, diretor-geral da Beauty Fair, mediou a discussão que contou com a presença de Augusto Cardoso, da Monamie; Diego Lopes, das Lojas Rede; Minoru Kamachi, da Soneda Perfumaria; Marina Coutinho, do Mundo do Cabeleireiro; Fabio Kai, da Léo Cosméticos; e Renato Pereira, da Belshop. Além do ponto em comum de estarem todos preoucpados com o rumo de seus negócios diante da pandemia do Covid-19, os empresários também estão alinhados em outro ponto: acreditam na retomada do setor com o apoio, principalmente da indústria, e também esperam que bons frutos possam ser obtidos deste momento de crise.
No início do bate-papo, Cesar destacou que “o objetivo do encontro é mais do que falar de concorrência”. Para o diretor-geral da Beauty Fair, o ponto principal é falar do canal perfumaria e sobre como podemos sair da crise. “Todos vamos sair um pouco arranhados, mas podemos sair juntos, mais fortes e com espírito colaborativo entre indústria e varejo”, disse.
Aqui, você confere o bate-papo na íntegra e, a seguir, alguns dos pontos discutidos e que podem te render insights. Confira!
Produtividade
“Alguns especialistas dizem que a retomada do crescimento vai ser no segundo semestre de 2021. Pensando que ainda estamos em abril de 2020, nós temos um longo período pela frente para poder buscar essa readequação e esse contato com o consumidor. A palavra que temos que ter muito contato agora é produtividade. Temos que elevar a produtividade da nossa equipe e de cada setor da empresa. Temos que fazer mais com menos e sermos assertivos.”
– Augusto Cardoso, Monamie Cosméticos
Movimento
“Estamos enfrentando uma guerra contra o vírus. As perfumarias estão abastecidas com máscaras, luvas e álcool em gel e, a gente, impotente e frustrados por não poder contribuir com a população. Por isso, iniciamos com a entrada de liminares em algumas cidades e procuramos as subprefeituras de São Paulo, porque o decreto da capital é muito interpretativo.”
– Minoru Kamachi, Soneda Perfumaria
Varejo x indústria
“Sobre as indústrias, desde o começo a gente vem falando que tem o CPF atrás do CNPJ e, graças à Deus, tem essa relação que a gente conseguiu criar com a indústria. Ficamos muito felizes com a acolhida deles nas nossas demandas de prorrogação. Então, essa relação transparente foi muito positiva.”
– Minoru Kamachi, Soneda Perfumaria
“Por trás do mix de produto, tem as indústrias. Com tudo isso não tem quem está sofrendo mais ou menos, estamos todos no mesmo barco e, naturalmente, se você fecha o fluxo de caixa de lojistas, o fluxo de pagamentos para a indústria também fica comprometido.”
– Cesar Tsukuda, Beauty Fair
Novo consumidor
“A gente acha que a clientela vai voltar de outro jeito. O cliente que a gente tá acostumado a ver não é o cliente que vai retomar. Ele é um cliente mais cuidadoso, as pessoas vão ter dificuldade de sair de casa, elas estão muito assustados. Nosso papel vai ser de preparar as nossas lojas para esse novo cliente.”
– Renato Pereira, Belshop
“Acreditamos muito que através do digital vamos trazer o cliente de volta para o offline na retomada, porque o perfil do cliente vai ter mudado um pouco. Hoje ele está aprendendo a comprar online, coisa que antes não fazia e está tendo contato com outras marcas que antes não tinha, então estamos em um momento de contribuição.”
– Diego Lopes, Lojas Rede
“Acredito que, para o nosso futuro, a gente precisa realmente conseguir montar outra estratégia de vendas porque com a mudança no jeito de consumir, nós também vamos ter que nos adaptar ao jeito de vender no varejo e também nos canais digitais.”
– Fabio Kai, Léo Cosméticos
“Nós vamos encontrar, agora na retomada, um novo consumidor. Essa cliente, que vai vir tanto para loja quanto para salão, vai vir de um jeito diferente. Ou seja, ela vai ser mais cuidadosa. A percepção de produto também vai mudar um pouco. A questão do “faça você mesmo” pode ser que tenha algum aprendizado ao longo do tempo. As clientes vão fazer mesmo e nós vamos ter que tentar nos adaptar para também atender a esse perfil de cliente.”
– Renato Pereira, Belshop
Colaboradores
“Tivemos que ensinar as pessoas a usarem máscara, lavar as mãos e usar álcool em gel. Isso porque, muitas vezes, o problema da proteção é que as pessoas acham que estão protegidas e não estão. Então tivemos que ensinar os colaboradores a fazer isso. Isso tudo gerou um trabalho interno de união. Hoje, nós estamos preparados para abrir as lojas, porque já temos acrílico em todos os caixas, marcação nas filas e temos produtos essenciais para venda e que os clientes estão procurando.”
– Diego Lopes, Lojas Rede
Prioridades
A primeira medida que tomamos foi dar férias para todo mundo. Depois que as coisas se acalmaram, voltamos com a pauta digital. Pra gente que tinha um olhar muito para a loja física, com atendimento qualificado, treinamento e capacitação de time, o digital não era algo que estaria muito no radar. Agora, não só para mim, mas todas as empresas que estão tentando sobreviver, virou uma prioridade.”
– Marina Coutinho, Mundo do Cabeleireiro
Por Redação
Foto: iStock