Pós-NRF promove insights sobre mercado de varejo no novo normal
Evento promovido pela Beauty Fair aconteceu de forma híbrida e reuniu grandes nomes da indústria de varejo.
Na manhã dessa terça-feira (9), a Beauty Fair realizou mais uma edição da Pós-NRF na Expo Center Norte, em São Paulo. O evento, voltado para os grandes varejistas do mercado mundial, aconteceu excepcionalmente de forma híbrida devido à pandemia da COVID-19, mas não deixou a desejar no quesito conteúdo, com atualizações das tendências de mercado de varejo nacional e internacional.
Já na abertura do evento, César Tsukuda, CEO da Beauty Fair, ressaltou a importância do debate sobre o cenário de retomada das empresas, principalmente pelo caráter relacional que tem o mercado da beleza. “Quem acha que o varejo físico está acabando se engana, ele segue forte. Precisamos nos reinventar na multicanalidade, todo mundo teve que se movimentar para a área digital”, afirmou.
Durante uma palestra com o especialista em estratégia comercial Luis Lobão, pudemos ter alguns insights relacionados às tendências desse novo mercado em transformação. “É preciso focar na utilização de modelos ágeis, com equipes pequenas, autodirigidas e multifuncionais. Essa é a nova forma de atuar nesse mundo em transformação. É ter um ecossistema de negócios”, relatou.
Cases de sucesso e ecossistema de negócios
Continuando os insights do mercado de varejo, tivemos a palestra do Júlio Takano, sócio-diretor da KT Retailing, que apresentou três cases de sucesso do segmento de beleza – Sally Beauty, Ulta Beauty e Walgreens Pharmacy que exemplificam a ideia de ecossistema de negócios, auxiliando a entender melhor a aplicabilidade no nosso contexto nacional, ou seja, como partir da teoria para a prática compreendendo o varejo 360º.
Questões como a importância da omnicanalidade – a comunicação planejada e integrada em todos os canais –, além do treinamento do capital humano, que se faz necessário para uma mudança de mindset de adaptação a essas novas tecnologias, foram pautas levantadas durante a palestra.
Para encerrar o primeiro bloco de conteúdos, os participantes tiveram um debate entusiasmado com grandes referências do varejo. Contamos com a presença remota de Edison Tamascia, diretor-residente da Febrafar – Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias; também com Carlos Corrêa, Superintendente da APAS – Associação Paulista de Supermercados; e André Friedheim, Presidente da ABF – Associação Brasileira de Franchising.
Mudanças no digital e no físico
O trio trouxe relatos de como seus segmentos conseguiram enfrentar a pandemia e se adaptar ao novo cenário, principalmente no quesito transformação digital com o uso de tecnologia como suporte para vendas e conexões reais. Além disso, investir no empreendedorismo se tornou uma alternativa segura aos que precisaram enfrentar o desemprego.
“A inovação no canal de venda é essencial, agora a loja vai até o consumidor. Houve uma transformação de seus vendedores em microinfluenciadores graças à revolução digital causada pela pandemia”, afirmou André.
No encerramento do evento, pudemos ter um bate-papo com três outros grandes nomes do varejo de beleza, Marina Coutinho, da Mundo Cabeleireiros, Fábio Kai, da Leo Cosméticos e Gabriel Sacilotto, da Danny Cosméticos. A conclusão é que pouco sabemos sobre o futuro dos novos consumidores de beleza, mas a certeza é que eles estão abertos para grandes novidades.
“Hoje, tudo tem que ser feito de forma mais ampla, em vários canais, para atender diversos públicos. Ainda não sabemos quem é essa nova consumidora depois da pandemia, mas sabemos que o ser humano gosta do que é fácil. Adaptar-se a novas propostas de soluções é essencial, todo mundo quer facilidade. Cada vez mais estaremos conectados com a indústria para construir novas soluções”, comentou Marina.
Com o evento, pudemos entender que a tecnologia é aliada de processos e relacionamentos com os clientes, mas que a presença humana e empática por trás dos meios tecnológicos continua se mantendo essencial. A visão do mercado de beleza enquanto propósito, mais do que vender produtos e serviços, precisa estar alinhada com a ideia de oferecer bem-estar aos seus consumidores.
Se pudéssemos resumir tudo o que foi falado durante o evento em 12 tendências para o varejo ficar de olho neste ano de 2021, elegeríamos esses tópicos abaixo:
- Tecnologia como aliada de processos e do relacionamento com o cliente;
- A importância da omnicanalidade, ou seja, a comunicação planejada e integrada em todos os canais (físicos ou digitais);
- Live commerce, um formato de loja tecnológico, com conteúdos interativos em tempo real;
- Autoatendimento, através da economia de baixo contato, ou seja, o cliente cada vez mais fazendo ele mesmo a compra sem pontos de fricção;
- Treinamento do capital humano, afinal é necessário uma mudança de mindset para a adaptação a essas novas tecnologias;
- “Clique e retira”, uma prática que se desenvolveu com a pandemia que une a compra digital com a retirado do produto na própria loja, otimizando tempo e logística;
- “Drive thru”, uma prática já conhecida, que com a pandemia foi adaptada para todos os segmentos e com isso, têm-se um novo olhar sobre o estoque/deposito;
- “Cartão fidelidade”, uma ferramenta também já conhecida, mas com a pandemia ressaltou-se a importância da fidelização e da oferta de benefícios para além da própria compra;
- Lojas como microinfluenciadores e produtores de conteúdo, também como uma forma de engajamento e fidelização dos clientes;
- Associação entre fornecedores e lojistas buscando soluções em parceria para retomada do mercado;
- A visão da beleza enquanto propósito, mais do que vender produtos e serviços, os varejistas devem ofertar bem-estar;
- Por fim, a importância da experiência do cliente, de proporcionar uma degustação de produtos e serviços ainda que de forma digital, pois estes estão mais abertos a uma troca de marcas.
Por: Redação